sábado, 18 de abril de 2009

Revelações Pertinentes Sobre o Lado Trevoso da Força

***
Os fatos da semana após o canhonaço de Cristian, mostraram
quão articulado é o clube do Jardim Leonor.

Em pouco tempo, a mídia cevada a biscoitinho e mimos de
cassino criminalizou o gol do volante.

Em seguida, iniciou campanha para levar à guilhotina o astro
Ronaldo. Agora, mesmo antes de entrar em campo, marcado
para receber o cartão vermelho.

Também Paulo Castilho, que nada viu e nada ouviu das
arruaças do cartola Marcelo Teixeira, preferiu seguir a velha
cartilha e descer o braço da lei sobre o moço mestiço.

E, para completar, aparece o Doutor Delegado para, diante
dos holofotes, colecionar provas que condenem o rapaz. Isso
como se o crime comum tivesse sido erradicado de Perdizes,
o paraíso dos ladrões de automóvel.

Origens

Mas de onde vem tanto poder?

O SPFC é descendente direto de outras agremiações da elite
quatrocentona paulista. Especialmente do Paulistano, fundado
em 1.900 por moços endinheirados que frequentavam "matches"
no conservador Colégio Mackenzie.

Em 1.913, o clube deixou a Liga Paulista, escandalizado com a
popularização do futebol, especialmente com a ascensão de
clubes como o Corinthians "dos carroceiros" e o Ypiranga.

Afinal, acreditavam que a fina flor da sociedade não podia
roçar suas peles alvas com imigrantes "suados" e mestiços do
"populacho".

João Saldanha, técnico e um grande historiador do futebol
brasileiro fala sobre o racismo e o fim do futebol em times
profissionais, como ocorreu com o Paulistano em 1.929.

Em São Paulo o Palmeiras resistia. O [b]Paulistano[/b], clube
do jardim paulista preferiu fechar sua seção de futebol a ter
de aceitar preto em seu time. No Rio Grande Do Sul, o Grêmio
Porto-Alegrense também era intransigente.


(SALDANHA, 1999, p.156).

Já no ano seguinte os "bons moços" paulistas, no entanto,
fundam o São Paulo (conhecido como o "da Floresta"). A cor
vermelha herdou do Paulistano; a preta, da A.A. das Palmeiras
(sem relação com o atual Palmeiras).

Sempre acima da lei

Por conta de má gestão e acúmulo de dívidas, o clube teve de
fechar as portas anos depois. Retornou em 1.935.

Vale lembrar o que ocorreu no primeiro jogo oficial do SPFC.

A partida estava marcada para o dia 25 de Janeiro, aniversário
da cidade. Por contas dos desfiles e outras comemorações, a
Secretaria da Educação cancelou todas as atividades do futebol,
decisão acatada por todos os clubes.

O SPFC, entretanto, sempre acima da lei, discordou. O tenente
Porfírio da Paz, um dos fundadores do clube, pegou um táxi e
foi até a Avenida Paulista, onde ocorriam as festividades. Com
a arrogância que lhe era comum, subiu ao palanque e exigiu do
secretário Cantídio Sampaio a liberação do jogo. Assustado,
o secretário rendeu-se e trêmulo assinou a ordem, numa folha
de receituário médico.


Por ter torcida mínima, o SPFC passou por inúmeras dificuldades
financeiras. Não tinha onde treinar e onde concentrar os atletas.
Chegou a ser salvo da falência por corinthianos e palmeirenses,
no famoso “jogo das barricas”.

Aproveitou-se da Segunda Guerra para “comprar” o Canindé da
comunidade alemã. Tentou tomar à força o Parque Antarctica do
Palestra, mas fracassou.

Então, endividado e sem torcida, o SPFC decidiu construir o
maior estádio particular do mundo.

O empreendimento ficou a cargo de Laudo Natel, moço ligado a
bancos e com trânsito nas altas esferas da elite econômica
paulista.

Depois de muita pressão sobre o prefeito Fábio Prado e de
gestões junto ao governador Adhemar de Barros, o “rouba mas
faz”, o SPFC conseguiu seu terreno na Zona Sul, onde ficaria
distante da “pobraiada” do resto da cidade, numa gleba destinada
aos ricos da cidade. Eram originalmente 99 mil metros quadrados.

Aos sampaulinos renitentes, vale lembrar o que disse Laudo Natel,
em depoimentos presentes até na virtualidade tricolor, como o
SPNET.

Nós vendemos o Canindé, mas o dinheiro só serviu para pagar as
dívidas do São Paulo.


Quanto à obtenção, está claro que a maior parte do terreno no
Jardim Leonor, homenagem à mulher de Adhemar, foi obtida a
custo zero.

Disse Natel, anos depois:

Foi um presente que o São Paulo recebeu de toda a coletividade.
Aliás, de toda a coletividade esportiva de São Paulo.


Vale lembrar que a Imobiliária Aricanduva era de propriedade
(80%) do próprio Adhemar de Barros. Ele arrendara a gleba com
empréstimo claramente ilícito, escândalo noticiado e depois
abafado pela imprensa da época.

O estádio valorizou a área do entorno. É a famosa prática da
irregularidade casada, em que o povo financia os negócios
privados de um político e sua gangue de apaniguados




Clique na imagem para ver o documento ampliado

Cuspindo na cara do povo

Também cabe lembrar que o SPFC ignorou solenemente, até
hoje, as obrigações da contrapartida, firmadas em contrato.

Não construiu o parque infantil em um quarto da área cedida
e nem o estacionamento de 25 mi m2. De alguma forma, todos
sabem disso, menos a imprensa paulista.

Na década de 60, Laudo Natel virou governador do Estado,
por ordem dos ditadores que usurparam o poder no Brasil.

Dono de amplos poderes, sentava-se no banco de reservas do time.

Em 1.970, seu time perdia a decisão contra a Ponte Preta. No
intervalo,Natel desceu de helicóptero no gramado e foi ao vestiário
dos árbitros. Assim acabou o jejum de 13 anos, num dos episódios
mais vergonhosos da história do futebol brasileiro.

Logicamente, a lista de fatos semelhantes é enorme e exigiria a
publicação de um livro.

No entanto, vale saber que Juvenal Juvêncio, atual presidente do
SPFC, foi dirigente da Cecap no governo de Laudo Natel.
Advogado, foi deputado estadual e investigador de polícia.

Como seu mentor, sabe o caminho das pedras quando o clube
necessita agir nos bastidores. É o que tem feito esta semana,
mobilizando autoridades públicas e imprensaleiros.

A dúvida é: como reagirá o pessoal do lado luminoso da
força?

6 comentários:

Anônimo disse...

Clap, clap, clap!

Muito bem lembrado... Parabéns pelo texto!

Abraços alvinegros

E vai pra cima delas Timão!

Anônimo disse...

Com a força da Fiel, a raça corinthiana e a proteção de São Jorge, amanhã vai dar nóis!!
Vamo Corinthians!!!

guithegood disse...

Bom como de costume!

Embasado, coeso. Foda!

=D

Raphael disse...

Não conhecia o blog, mas já coloquei no meu Favoritos!

Parabens pelos textos, estão no nível do nosso Todo-Poderoso.

Abs

Filipe disse...

Conheci só agora esse blogue. BRILHANTE! BRILHANTE! Não tem outra palavra.
Um presente, pra mim, que resolvi navegar hoje, em véspera de GUERRA, em busca de textos para me concentrar para mais tarde. E foi ouvindo Faéti que, de repente, vim parar aqui no RESISTÊNCIA777.

Valeu, irmandade!!!
SÓ CORINTHIANS MESMO!!!

HOJE É GUERRA contra essa corja. Contra tudo o que ela representa; PARA NOSSO RENASCIMENTO, tal qual a FÊNIX lendária e mitológica, após termos que "pagar" por algo que nunca fizemos.

ANARQUISTAS, GRAÇAS A SÃO JORGE GUERREIRO!!! Ele olha por nós!
CORINTHIANS, JOGAI POR NÓS!!!

obs: a curiosidade sobre o "carroceiros" é que Alexandre Magnani (segundo Presidente) era condutor de Tílburi, o equivalente ao taxi de hoje. E eram os condutores de tílburis que levavam os barões de café que chegavam do interior na Estação da Luz, para o centro da cidade, onde se hospedavam.

Abraço.

Piola disse...

Até que enfim alguem percebeu toda essa patifaria.
PARABENS PELO BLOG.

Se a Fiel quiser ela é mais forte que qualquer imprensa suja.