quinta-feira, 7 de maio de 2009
Os irresponsáveis e a bola excitada
Nem sempre quem vive de passado é museu, como se diz por aí.
Olhar o passado evita que se repita o erro. Serve igualmente para
que se preserve a boa fórmula.
O futebol brasileiro diferenciou-se do europeu por conta da ginga,
da improvisação e da irresponsabilidade características do nosso
"ethos" mestiço, ainda mais cultural que genético.
Tudo mundo já ouviu a frase que a Agência Talent produziu para a
Semp Toshiba: "os nossos japoneses são melhores".
Esse mote não surgiu do nada, mas da percepção das virtudes
transculturais de nosso povo.
E os nossos espanhóis, gregos, italianos, portugueses, húngaros,
lituanos, armênios, sírios, libaneses, alemães e coreanos costumam
ser melhores, tropicalmente mais lúdicos.
Esse "melhor" não envolve menosprezo a ninguém. Mas a ideia de
que os talentos de cada povo são aqui enriquecidos pelo cruzamento
de costumes e conhecimentos.
A Itália, por exemplo, veio buscar aqui seu "ragazzo reciclado", o
corinthiano Anfilógino Guarisi, para figurar na Lazio e também
na Azzurra campeã em 1.934.
E foi esse o primeiro brasileiro a conquistar um mundial de seleções.
E os híbridos brasileiros continuaram batendo um bolão, como o mulato Domingos da Guia e meio índio Garrincha,dois "virtuoses" que também tivemos a honra de abrigar.
Todos inventores... Todos capazes de erotizar o jogo, de seduzir a feminina bola.
O próprio Rivellino admite que seu "drible elástico" foi inventado nas categorias de base do Timão pelo nipo-brasileiro Sérgio Echigo.
De Luizinho, o doido que fez o argentino palmeirense Luís Villa cair sentado, a Edílson, das embaixadinhas e do drible antológico em Karembeu, tivemos o melhor do libidinoso futebol brasileiro.
Depois, cismamos de imitar os europeus cintura de aço, e enfeiamos nosso futebol. Abdicamos até mesmo do drible. Pois também é típico do brasileiro copiar o que é pior (e mais chato) dos gringos.
Até que, numa noite de maio de 2.009, vemos a bola que, de letra, Ronaldo rola entre as canetas do atleticano rubronegro,numa jogada que resulta em duplo pênalti.
Aí, assalta o coração um calor de esperança. Quem sabe ainda restem alguns "irresponsáveis" capazes de malabarizar a redonda?
Pois é bom vê-la excitada. Louca por interações, ela sabe retribuir carinhos e participar da boa brincadeira.
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2 comentários:
1) E eu reclamei da marcação do penalty: seria um gol antológico, que os dois patéticos fizeram. Entrei em depressão e nem curti o gol de penalty.
2) Esse eurocentrismo no futebol brasileiro é insuportável. Surge um craque e a única coisa que se fala é por quanto e quando ele será vendido. Nós presenciamos grandes pelejas no Paulista e na Copa do Brasil (e não só do Timão). Mas, para a mídia, o bom é o show de pontapés da Copa Santander...
,… DOMINGO O TIMÃO RETORNA À 1ª.!!!,…..
“FIEL / CORINTHIANS…UM AMOR SEM DIVISÕES,
UM AMOR QUE SÓ SOMA E MULTIPLICA….
UMA PAIXÃO QUE NUNCA DIMINUI….”
NEM A MATEMÁTICA PODE DIVIDIR ESTA PAIXÃO !!!
SAUDAÇÕES FIEL-NOMENAIS A TODOS !!!…
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