terça-feira, 28 de abril de 2009

Orkut: Por que a carta a Neto foi censurada e seu autor expulso da comunidade do SCCP...



O mesmo texto que está estampado neste blog (conferir abaixo) foi publicado na comunidade Corinthians - Poderoso Timão, a maior da Internet dedicada ao clube, e foi o motivo da expulsão de Tatanka Yotanka do referido grupo de corinthianos.

Em alguns minutos, o tópico ganhou 45 comentários. No entanto, o sadio debate foi excluído pelo moderador Casagrande.

Aqui segue o principal de sua argumentação para o ato de censura:

Boa Noite Giulio! Vi o seu tópico e de fato a decisão de excluí-lo foi minha e explico os motivos.

Temos tentado resgatar na Poderoso Timão os valores da história do Corinthians, independente dos pensamento ou ideologias de ex atletas, estamos primando pela exautação (sic) dos mesmos.

O Ex Jogador Neto, bem como o Casão, são alvos de criticas salutares o tempo todo, devido a posição que ocupam hoje, os mais serenos sabem dividir os atos do comentarista preservando a história do Ídolo, entretanto na Poderoso Timão, até pela idade de grande parte dos Membros que não viu estes atletas jogarem, não sabem distinguir uma coisa da outra...

Estamos resgantando a história dos jogadores num trabalho amplo de conteudo de cada um deles e o Neto foi alvo de um cuidadoso tópico para enaltecer sua passagem pelo Corinthians, desculpe, mas nos reservamos o direito de preservá-lo neste instante.

Espero que compreenda.

Giulio, você tem o direito de não concordar, nós temos o direito de desejar preservar a imagem do atleta no fórum, se você não curtiu o que o comentárista José Ferreira Neto disse no Rádio, direcione seu tópico à ACEESP, lá ele será bem adequado.

O Fórum da PT é para falar do Corinthians e sobre futebol, não sobre fofocas ou opiniões que fogem ao futebol e deixando bem claro, para nós o Neto é um ídolo Eterno e vamos preservá-lo! Se pensas diferente, lamento, mas esta decisão é irreversível.

(...)

Para nós a Imagem do Corinthians é soberana, e atrelamos a história do atleta à imagem do Clube. O que o Neto disse ou deixou de dizer, é problema pessoal dele e do Ronaldo, que se por ventura se sentir ofendido tem os meios legais para interpelá-lo na Justiça.

O tratamento dado ao Neto é dispensado também ao Casagrande e todos os ídolos do Clube, até mesmo o ronaldo, se necessário for.

Eu volto a repetir, você tem ciência de separar o atleta do comentarista, muito não possuem este discernimento e estamos tentando preservar a imagem do atleta.

Sobre o Casagrande aprovar ou não nossa atitude, acredito que ele não fica feliz quando lê as bobagens que falam da vida pessoal dele, e ai nós o preservamos também.

Giulio não tenho 13 anos, tenho uma posição de valores na vida e não me impressiono com meia duzia de palavras bem escritas, entretanto você é livre para argumentar, como eu o sou. Abraços. Casão.


Nossa opinião em 7 idéias

1) Os brasileiros viveram anos e anos sob o tacão dos torturadores e censores. E muita gente morreu para recuperar o direito à liberdade de expressão. Lamenta-se que na comunidade do clube que viveu a Democracia Corinthiana, um sistema de livre expressão e de debate sobre as divergências, tenhamos de conviver com atitudes anacrônicas e totalmente distantes da tradição corinthiana.

2) O tópico em questão é claro (como se pode ver abaixo) ao diferenciar o atleta Neto do comentarista Neto. O jogador é enaltecido. Critica-se a atitude arrogante, irresponsável e hostil do comentarista.

3) O tópico defende a instituição Corinthians, ainda mais neste momento de renascimento, delicado, em que necessitamos da força e união da Fiel torcida. Não acreditamos que qualquer atleta, por mais extraordinário que tenha sido, esteja acima do Corinthians e da Fiel.

Ao vincular Ronaldo a travestis e difamá-lo, Neto prestou um desserviço ao Corinthians num momento importantíssimo da retomada de nossa grandeza. A carta tem por objetivo chamá-lo à razão. É um texto educado e que mostra a preocupação dos corinthianos com a instituição.

4) Afirma-se que os membros da comunidade serão incapazes de separar o jogador Neto do comentarista Neto. Os 44 comentários mostravam exatamente o oposto. Ninguém havia feito tal confusão. Portanto, exige-se da autoridade a devida humildade, para não julgar a todos ignorantes e incapazes, especialmente os jovens.

5) Afirma-se que o fórum é para "discutir Corinthians, futebol e não fofocas". Não acreditamos que tenhamos incorrido neste erro. Não se trata de "fofoca", mas da justa crítica a um ídolo do Timão, hoje figura pública da mídia. Por mais que pensemos, não conseguimos imaginar como o assunto possa estar fora do foco Corinthians. Afinal, é a própria instituição que está sendo defendida.

6) Poupar figuras apenas porque estiveram ligadas ao Corinthians nos levaria, de alguma forma, a também poupar malfeitores como o mafioso Sr. Dualib.

7) A educação se faz na liberdade e no debate. Opiniões divergentes devem ser apresentadas e civilizadamente defendidas. É assim que se faz uma cultura democrática, calcada nos bons valores, nos princípio do Direito e na diversidade que sempre marcou a história corinthiana.

Ocultar, esconder, estipular regalias é procedimento que atenta contra o verdadeiro esforço educativo, especialmente do jovem brasileiro.

Que as corinthianos possam refletir e reassumir a defesa do Corinthians. Ele é maior, muito maior que qualquer um de nós. Nós todos passaremos. O Corinthians permanecerá, com seu ethos, e sua tradição popular, democrática, como desejavam Bataglia e os operários e carroceiros do Bom Retiro.

SELVAGERIA PELA INTERNET

Clique para ver as imagens ampliadas











Acima, prova de outro post apagado no domingo, sem justificativa.

PS: Durante a madrugada, uma participante da comunidade, Larissa Beppler, abriu um tópico questionando a censura ao assunto. Essa mensagem também foi apagada.

Em seguida, o moderador Casagrande exigiu que Tatanka Yotanka (Giulio Calábria) apagasse de seus próprios scraps a conversa mantida com Larissa Beppler.

O "terrorismo" a que se refere Casagrande teria relação com trechos da conversa em que seriam oferecidos indícios da verdadeira identidade do moderador.

Equivalia, portanto, ao censor exigir que o censurado queimasse os livros de sua própria casa.

Mesmo diante do absurdo, para evitar maiores dissabores, TY atendeu ao pedido.

Ainda assim, ele e sua interlocutora foram excluídos da comunidade, com a promessa de que "nunca mais lá pisarão".

Cabe saber que interesses estarão por trás de ações truculentas desse tipo. Trata-se afinal do patrimônio de 1,1 milhão de almas. E isso tem valor de mercado...

Neto: a língua que destrói uma reputação


Caro amigo Neto,

Antes de dizer o que precisa ser dito, cabe aqui louvar sua brilhante
passagem pelo nosso Corinthians.

Muitos torcedores alvinegros, desde a infância, aprenderam a vibrar
pelo time imitando tuas vivas comemorações de gol. E muitos
ralaram os joelhos para reverenciar sua fibra e valentia.

Em 1.990, foste decisivo para levar o Timão a outro patamar na
galeria dos grandes do futebol brasileiro.

Num 24 de Novembro, teus dois gols foram decisivos para batermos
o Atlético-MG. No dia 5 de Dezembro, no mesmo Pacaembu, foste
fundamental na vitória contra o Bahia.

Ora, e que cobrança de falta maravilhosa foi aquela em que
estufaste a rede rubronegra no Maracanã, em 1.991.

Até das tuas lambanças, amigo Neto, temos orgulho. Foi o caso da
cusparada no árbitro salafrário José Aparecido de Oliveira.

Este mereceu! Errado. Mas tua atitude mostrar-se-ia correta.

Agora, como comentarista, há momentos em que a Fiel muito se
envergonha de ti, meu caro...

Por vezes, há muita arrogância, por vezes irresponsabilidade
e, por vezes, maldade na tua encenação midiática...

Como alguém que foi tão hábil com os pés pode ter tanta
negligência e imperícia com a língua?

Por vezes, parece haver certo ciúme em relação a outros
craques do nosso Timão...

Não lhe cai bem, e mancha tua história de ídolo e de
torcedor corinthiano, condição reafirmada naquele encontro
com o presidente Lula. Lembras?

Maldizer Ronaldo, tratando da vida pessoal do craque,
ressuscitando o tema "travestis", foi um ato covarde e
infame, querido Neto.


Criticá-lo pelo suposto alto salário pareceu à Fiel um ato
tão ingênuo quanto insano.

Houve tempo em que andaste deprimido, de mal com a
vida, e a Nação te estendeu a mão, defendeu tuas demandas,
reconheceu teus feitos.

Tenha agora, pois, a decência que é exigida de todos que
alcançam aqui a majestade. Volte a agir com hombridade
e mantenha seu lugar na galeria dos heróis alvinegros.


Abraço fiel!!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Carisma alvinegro nos ventos de Abril...


Este Abril meio gelado não tem sido fácil.

A crise econômica ainda persiste, famílias foram dizimadas por
um terremoto e uma epidemia ameaça o mundo.

Neste início de semana, portanto, haveria motivo para decepção,
angústia e medo.

Estranhamente, entretanto, para muitos amantes do futebol
(inclusive não-corinthianos) o momento é de celebração, de
uma comunhão que se faz em torno da bola...

Sim, para o torcedor peixeiro deve doer a derrota em casa, mas
houve algo mais no pós-clássico paulista...

No shopping Tatuapé, um balconista palmeirense decreta que
Elias merece um lugar na Seleção.

O santista do táxi enaltece duas vezes nosso Felipe; pelo
gol contra e pelas espetaculares defesas.

Os dois são agora símbolos de garra.

E, lógico, as pessoas estão encantadas pelo talento do
renascido Fenômeno, até no Jornal Nacional.

Vale lembrar a narração de Hugo Botelho, da 105 FM,
repetida milhares de vezes na Internet...


Que golaço... Que golaço...

É fantástico... Gol de Ronaldo...

Cale a boca, torcedor... E bata palmas... Você tem que
aplaudir, e não vaiar...

Você tem que se colocar no seu lugar. É gol de gênio na
Vila Belmiro. Gol do Corinthians.

Vamos sair da Vila Belmiro. Vamos pagar ingresso. Valeu
dobrado. Hoje, ingresso foi barato. Ronaldo, 9 é a camisa
dele...

Silêncio na Vila Belmiro... Em silêncio o torcedor do Santos.

Quem não pode aplaudir, cale-se, cale-se e cruze os braços,
apenas aprecie a grandeza deste momento.

(...) Alguém quer dizer mais alguma coisa?



A narração resgatou os momentos áureos do futebol, quando
magos como Teleco, Luizinho e Sócrates paravam o mundo
para executar suas finas e incríveis artes...

O próprio Pelé, riso amarelo no rosto, sentiu saudades da
época em que conseguia frear o tempo...

O Corinthians que voltou, reenergizado pela Fiel, tem esse
carisma. É capaz de parar o relógio, de deixar em segundo
plano as manchetes apocalípticas dos jornais...

E de reviver em todos nós o espírito de superação, algo
fundamental neste momento de crise planetária.

Se Abril se vai, encantado, que Maio não nos seja carrancudo.

A humanidade, até a parte ínfima dos rivais, merece mais deste
coquetel de coragem, magia e esperança.

É gol de gênio na Vila Belmiro

Não sei o que foi mais sensacional nesse gol:

- a jogada toda em si;
- os pulinhos do Fenônemo como se dissesse "Vai! Vai!";
- a cara do Fabio Costa.

No mais, fiquem com a belíssima narração de Hugo Botelho, da 105 FM.

Vai Corinthians!

domingo, 26 de abril de 2009

Corinthians e Ronaldo: Sinergia dos Renascidos


***
Discussão curiosa espouca aqui e ali. Alguns torcedores
evitam exaltar Ronaldo (e até criticam quem o faz) por
acreditarem que isso diminui os outros jogadores ou o
próprio Corinthians.

Ora, mas é temor ingênuo...

Logicamente, o Corinthians é maior que qualquer atleta
vivo ou morto que envergou o manto sagrado.

O Corinthians não é somente um clube ou time de futebol.
Muito mais que isso, é uma cultura, um fenômeno social,
a organização que melhor representa a síntese de nosso
povo.

Não é à toa que fomos chamados pela imprensa de time
dos "carroceiros", dos "operários", dos "mestiços", dos
"imigrantes", dos "braçais", dos "anarquistas", dos
"pretos", dos "suados"...

E não é à toa que essa cultura superou o limite de seu
estrato social.

Essa mística seduziu o bom Alcântara Machado, o escritor
viciado em descrever a diversidade da capital paulista;
Antônio Ermírio de Moraes, o empresário viciado em trabalho;
o bispo Paulo Evaristo Arns, o homem de Deus viciado em
fazer o bem...

Mas, afinal, o que faz de alguém corinthiano?

O que cria essa identificação?

O Corinthians está identificado com as grandes causas do
homem e, principalmente, com as causas dos que procuram
vencer a sorte, superar expectativas, renascer das cinzas.

Alcântara Machado seduz-se pela diversidade e pela paixão
de nossa gente...

Moraes afirma que admira nossa história de trabalho duro,
suado, cotidiano, coisa de quem abriu a primeira cancha
de jogo com as próprias mãos.

Dom Paulo tingiu o coração de preto e branco pela causa
da justiça, da esperança e da fé compartilhada.

Alguns grandes jogadores passam por aqui e nada ocorre.
Desaparecem nas estastísticas.

Outros, ao contrário, ingressam na galeria da glória.
Muitos desses são outsiders. São os casos do invocado
Neco, do desobediente Teleco, do encrenqueiro Luizinho,
do revolucionário Sócrates, do questionador Casagrande,
do provocador Vampeta, do irreverente Viola, entre
tantos outros.

Ronaldo era o acabado, o ex-jogador, o aposentado, o
enjeitado. E veio recuperar a credibilidade em nossa
casa.

Logicamente, Corinthians e Ronaldo foram motivos de
chacota nos últimos tempos. Um, rebaixado; o outro,
ferido e obeso.

De repente, no entanto, instaura-se uma bela e mágica
sinergia. O Corinthians ostenta uma incrível série
invicta e está prestes a conquistar mais um
campeonato.

Ronaldo carimbou com gols todos os três rivais
paulistas. Foi corajoso contra o Palmeiras, um atleta
velocista contra o São Paulo e um ourives preciso nos
tentos contra o Peixe.

Pois, hoje está claro que a grandeza do Corinthians
abraçou generosamente a causa de Ronaldo,
estrela nascida do povo, "maloqueiro" no sentido que o
termo ganhou com Adoniran Barbosa, mestre em superar
desafios, doutor-sofredor na arte de renascer quando já
o dão por morto...

Ronaldo virou luva na forte mão corinthiana. E o clube
do povo ganhou mais um valente soldado de Jorge, mais
um moço com a cara da gente.

sábado, 25 de abril de 2009

A angústia do noivo antes das bodas


***
Imaginem um noivo, dias antes do casamento.

Ele acessa a comunidade orkutiana das amigas da noiva e
encontra os seguintes tópicos:


- Se não fosse o "Mário", quem seria o noivo ideal?

- Após o divórcio, quem deve ser o substituto de Mário?

- Se Mário não der no couro, quem é o argentino que
deverá assumir seu lugar na cama?



Às vésperas da decisão contra o Santos, muitos atletas
corinthianos devem estar se sentindo como o pobre Mário.

Nas tais comunidades virtuais é enorme a quantidade de
tópicos do tipo:


- Quem sai?

- Qual argentino virá?

- Virão Vieri, Crespo, Zidane, Puskas, Pelé, um X-Man?

- Se Edu vier, tiramos Elias ou Cristian?


Mas que conduta é essa?

O time está prestes a enfrentar um de seus maiores
rivais, na disputa pelo mais importante torneio
regional do País.

Pode vencê-lo numa final-final, o que não ocorre
desde 1.930.

Pode ser campeão invicto, coisa que não ocorre no
Paulistão desde 1.972, glória que conquistamos pela
última vez em 1.938.

E o primeiro jogo terá como palco o caldeirão da
Vila Belmiro. Parada dificílima.

Era de se esperar, portanto, um mínimo de simancol
da galera.

O fator psicológico é fundamental numa decisão como
essa. Os jogadores precisam ter elevada a auto-estima
e a auto-confiança.

Comentários sobre substituições no elenco têm efeito
justamente contrário.

Vale lembrar que as grandes comunidades virtuais são
lidas e acompanhadas também por atletas e dirigentes.

Que sossego e confiança pode ter um atleta que vê seu
nome cotado para uma substituição?

Como imaginar que ele entre em campo confiante se 270
palpiteiros o querem substituído por um argentino da
moda?

Enfim, para ser FIEL é preciso também ter um pingo
de inteligência e um mínimo de bom senso.

Está faltando...

Como diz um colega: "pra que terríveis inimigos se
nós mesmos nos sabotamos, todos os dias?"

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O futebol do caviar, das Ferraris e da Louis Vuitton


Povão se prepara para assistir a Corinthians e Flamengo.


Se já custava os olhos da cara, ficou pior. A
decisão cobra a cabeça inteira.

Num país como o Brasil, mesmo com os avanços
econômicos e a redução da desigualdade em anos
recentes, é vergonhoso o preço dos ingressos.

No Pacaembu, iremos de R$ 40, R$ 80, R$ 120 ou de
R$ 200.

Na Vila Belmiro, a arquibancada bateu em R$ 80!

Dá para comprar 197 ovos ou 17 latinhas de
manteiga Aviação ou 29 quilos de arroz agulhinha
Tio João.

Aqui no Paca, a "bancada" sairá por 21 Brahmas de
473 ml... Ou 25 bebidas lácteas de 200 ml da Batavo.

Pelos R$ 200 da VIP, paga-se uma prestação do plano
de saúde da Medial, uma "saída" no Connection (essa
casa de beldades que alguns atletas frequentam) ou
quatro garrafas de vinho Beaujolais Village.

O futebol vai voltando a ser esporte de elite, aos
poucos, que é para não escandalizar demais.

Na decisão carioca, uma arquibancada superior já
sai por R$ 40. Uma cadeira especial tem preço de
R$ 120.

Até na Ilha do Retiroe, Pernambuco, já há
arquibancadas (central) por R$ 60 e cadeiras de
R$ 120.

O plano é chutar miseráveis, pobres, remediados e a
classe média-média dos estádios. É trocá-los pela
turma do caviar, das Ferraris, da Louis Vuitton e
da Chanel.

Clubes, federações e CBF estão nessa juntos,
auxiliados pelos promoteiros e imprensaleiros.

Vale lembrar o que revelou, poucos anos atrás, numa
entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o então
diretor-executivo do Clube dos 13, Mauro Holzmann,
antecipando o projeto de "refino" da torcida.

"Você tem de voltar o futebol aos 20% mais ricos da
população. É antipático, é elitista, mas tenho de
trazer para o estádio pessoas que possam gastar
dinheiro".


E assim se acabou com a antiga "geral". Deu-se um pé
na bunda dos apaixonados "geraldinos".

A idéia, há tempos, é fazer novamente do futebol o
que era na época dos janotas do Paulistano e da A. A.
das Palmeiras.

É oferecer camarote com champagne francesa e caviar,
conforme o que já se viu no Morumbi, e pista de dança
agregada, para quem enjoar do jogo de bola.

A imprensa imprensaleira faz sua parte nessa bem
ensaiada encenação.

Mobiliza-se para maximizar qualquer episódio de
violência nos estádios. Oculta, por exemplo, que em
shows de rock e pop o número de ocorrências policiais
chega a ser cinco vezes maior, conforme números das
secretarias de Segurança Pública.

Aí, entram os promotores moralistas e bem mimados, que
se preparam para exigir a tal "torcida única".

Exigiram 10%, 5% e engatilham o 0%.

Aliás, a "lei" dos 5% cria ambientes de barbárie caçadora
nos estádios. Pela diferença numérica, os torcedores
mandantes sentem-se poderosos e autorizados a hostilizar
a minoria visitante.

A polícia faz o resto do serviço da campanha de
criminalização do povo, tratando o "pobre" como bandido,
mesmo que 99,99% dos torcedores jamais tenham se envolvido
em qualquer confusão.

O encarecimento dos ingressos tem uma falsa justificativa:
o "preço do negócio futebol".

Afinal, este deveria contar com recursos de outras fontes,
como quotas de televisão e venda de produtos licenciados.

Se é preciso elevar preços de ingressos é porque existe
incompetência entre os captadores ou má gestão dos
recursos, o que inclui práticas criminosas largamente
difundidas entre a cartolagem.

O "jogo paixão" atrapalha o "jogo negócio". Afinal, para
as gangues de usurpadores do esporte bretão é melhor
ganhar dinheiro que vencer campeonato.

Há, paralelamente, um claro viés ideológico conservador no
projeto de elitização do esporte.

Entre os novos donos do futebol, muitos desejam a limpeza
étnica, a segregação e o apartheid.

Para não aparecerem como vilões na fita histórica,
reservarão uma fatiazinha das arquibancadas para um
grupinho da "plebe", bem cercado, vigiado e carimbado.

Restará o que aos pobres e médios? Bastarão a igreja, a TV
e o boteco?

O tempo dirá se estão matando a galinha dos ovos de
ouro.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Um Mano que morre; um Mano que nasce...


***
Técnico de futebol jamais é unanimidade. Não é?

O húngaro Gusztav Sebes, o alemão Sepp Herberger, Sir.
Alex Ferguson, Bora Milutinovic, Carlos Alberto Parreira, entre
outros, sofreram pesadas críticas, mesmo depois de liderar
grandes façanhas.

Torcedor tem tanta paixão quanto impaciência.

E nós, humanos, costumamos julgar as pessoas pelo que elas
foram um dia ou pelos carimbos que puseram sobre elas.

Nosso julgamento raramente é calcado naquilo que a
pessoa é hoje.

E isso não vale somente para técnicos de futebol. Mas também
para parentes, amigos e colegas de trabalho.

Ora, mas as pessoas mudam. Como dizia Heráclito, o mesmo
homem não se banha duas vezes no mesmo rio.

Mano Menezes surgiu para o futebol como o bom gaúcho do
pampa, quieto, marrudo, encouraçado, defensivo.

Era o Mano do XV de Campo Bom.

Esse gaúcho, homem da fronteira, é historicamente dado
a entrincheirar-se, a lutar na retaguarda.

Aos poucos, começou a mudar no Grêmio. Mas ainda colecionou
derrotas em momentos decisivos.

Foi menos audacioso e confiante do que poderia em várias
pelejas.

No Corinthians, mostrou méritos, seriedade e equilíbrio. Mas...

Mas foi prudente demais. Fez a psicologia do "já está bom" e
do "adversário é superior".

Na Copa do Brasil, faltou atrevimento, a pegada corinthiana.

Mas o tempo passa, e os bons aprendem. Parreira, por
exemplo, tido como retranqueiro, assumiu logo a cultura
mosqueteira e obteve amplo sucesso.

Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir, verá que um
Mano está morrendo. E que outro está nascendo.

Não teve medo de apontar os favorecimentos ao adversário
santo do pau oco, nem de responder ao arrogante M. Ramalho.

Percebeu o quão altaneiro é o Corinthians e está assimilando
nosso jeito de ser.

Ao assumir essa cultura de grandeza, mano a tem transferido
aos atletas.


Que este novo Mano, este sim "mano" nosso de verdade, seja
mais um vitorioso louco do bando.


O Corinthians é nossa história!!

domingo, 19 de abril de 2009

Torna-te quem tu és


A ideia de que o futebol guarda significados maiores do que o próprio jogo não é exatamente uma absoluta novidade, mas é uma percepção que gradualmente vem ganhando espaço e tem sido, inclusive, objeto de alguns estudos acadêmicos, nos últimos anos. Quer dizer, se o futebol é uma manifestação sociocultural tão relevante pra tanta gente no mundo, ele pode, então, dizer muito sobre a sociedade da qual faz parte.

Eu, particularmente, acho fascinante entender como o Corinthians explica esse país.

Há uma semana o Corinthians voltou a ser o que é. Domingo passado e hoje tivemos a exata medida e o resgate preciso de uma memória magicamente real que revela com clareza tudo aquilo que somos e que terra é essa onde vivemos.

Meu amigo Tatanka já traçou aqui, brilhantemente, algumas noções fundamentais sobre o que é o Corinthians, sobre aquilo que chamamos de ethos corinthiano e sobre como essa identidade se articula com a História do Brasil.

O Corinthians não carrega o título de time do povo por conta de uma jogada de marketing ou algo que o valha. O Corinthians nasceu em meio ao povo, quando o futebol era privilégio das elites, no Brasil. Era um time de trabalhadores, de pobres. Foi o primeiro clube popular da terra que fez da vitória sua utopia, a alcançar a vitória. Essa origem deu ao Corinthians sua cara, sua alma e seu coração. Os momentos mais gloriosos da nossa História são justamente aqueles em que soubemos recordar nossa origem e mitologicamente reeditar nosso nascimento em ressurreições legendárias. O Coringão sempre volta. Em quase cem anos de vida, sempre fomos o time dos que não tem uma segunda oportunidade sobre a Terra, nessa terra, porque, afinal, o Corinthians nos dá uma segunda oportunidade sobre a Terra.

E há uma semana nós vimos, novamente, nossa cara, a cara humilde do povo; lavamos nossa alma, a Democracia; e sentimos bater nosso coração, feito de dor e sangue. E presenciamos o Corinthians em corpo e espírito derrotar aqueles que se julgam donos da nossa terra.

Decrépitos generais inimigos, depois de perderem a primeira batalha, imaginaram que poderiam ainda nos vencer e tentaram colocar aos seus pés alguns de nossos mais grandiosos heróis. Um deveria ser encarcerado, por ter roubado e achincalhado símbolo deles. Outro, herói do mundo, foi tido, de forma grosseira e humilhante, como velho para a guerra.

E assim fomos então para a segunda batalha. E graças à vitória na primeira e à sorrateira, prepotente e estúpida tentativa inimiga de nos enfraquecer, nos fortalecemos ao recordar daquilo que somos. E vencemos essa guerra. O Coringão voltou, entoava nosso povo.

Mas quem fez disso uma guerra não fomos nós. Quem excluiu o povo desse país foram eles. Quem exclui o povo, nesse país, sempre e desde sempre, são eles. Quem nunca deu uma segunda oportunidade sobre a Terra, ao nosso povo, são eles.

Desde muito antes da primeira bola chegar à esse país; eles nunca suportaram, toleraram ou aceitaram o outro. E sua falsa e dantesca dignidade subsiste às custas da usurpação da dignidade do povo.

Mas esse povo tem o Corinthians. E há uma semana, e hoje, essa terra parou pra ver os donos do país enfrentarem aqueles que eles odeiam por serem o povo. E o general inimigo com nome e cara de leite teve de engolir o chocolate. Lá, na casa-grande do futebol dessa terra, o povo venceu. E essa terra viu, de novo – como sempre é quando somos aquilo que somos – o povo vencer.

O Coringão voltou.

2 x 0... Do you wanna dance? E outras visões do domingo...


***
Quem viu, jamais esquecerá...

A turma da Resistência Corinthiana estava no setor Vip,
S10, a poucos metros da torcida do São Paulo.

Eram inúmeras as provocações. Alguns torcedores do
time do Jardim Leonor passavam o dedos indicador e
médio sobre o antebraço, debochando dos afro-brasileiros,
dos mestiços...

De repente, o cérebro de Douglas, a visão de Ronaldo,
a rapidez de Jorge Henrique e a conclusão do mesmo
Douglas...

Nossa torcida dá o troco, do cordão de isolamento. Um,
dois, três, o São Paulo é freguês...

Seguem os insultos vindos do lado tricolor: "preto, favelado,
ladrão, vagabundo"...

Elas estão totalmente descontroladas...

E como o castigo vem a cavalo, aquele de São Jorge, vai lá
outro moreninho estufar a rede dos falsos bons moços do
presidente (ilegal) Juvenal Juvêncio.

Minutos depois, os meninos da Gestapo tricolor começam
a ficar amuados. Aos 20 minutos, começam a abandonar
o campo de batalha, vergonhosamente...

O Corinthians, sempre altaneiro, troca passes, envolve e
humilha o adversário. Sempre jogando na bola, com
virilidade, mas sem violência...

Até que alguém se lembra:

este é o salão de festas da Fiel.

Olé, olé, olé...

E mais...

Olé, olé, olé...

Parecia bailinho de aniversário, aqueles de garagem, com
lona de caminhão para barrar a garoa...

O time deu o tom, a Fiel seguiu no ritmo...

Deu para lembrar de "Do you wanna dance?", o hit de Johnny
Rivers que animou muitas festinhas ao redor do mundo.

E uma terceira vez...

Olé, olé, olé...

Ora, mas como botar um Johnny Rivers na vitrolinha?

Do you wanna dance?

Melhor não dar idéia...

Os delicados atletas tricolores certamente viriam correndo...



***


Organização Nota Zero

Para quem pretende ter seu estádio como uma dos palcos da
Copa do Mundo de 2.014, o São Paulo Futebol Clube tem
calcado sua propaganda na imperícia e na imprudência.

Não havia qualquer placa que indicasse o tal Setor Vip
S10. Os funcionários do clube eram incapazes de informar
os torcedores, entre eles alguns estrangeiros.

Famílias foram obrigadas a transitar de um lado a outro
do estádio, em meio aos belicosos sampaulinos na tentativa
de encontrar o portão de entrada.

Por conta do muro construído nesse acesso e da incapacidade
dos catraqueiros, a espera chegou a ser de 40 minutos no
setor.

Vários torcedores que chegaram às 15h00 só puderem assistir
ao jogo a partir de seu 25. minuto.

Aliás, no tal setor de "luxo", as escadas estavam
reservadas somente aos torcedores da casa.

Os visitantes, entre eles mulheres e crianças, tinham que
subir pelas cadeiras.

Se esse é o modelo de "gestão competente" dos arrogantes do
Morumbi, melhor que a sede paulista da Copa seja o Anacleto
Campanella ou o Ulrico Mursa.

Vergonhoso!

***

A barbárie consentida

Em clássicos com carga de ingressos dividida, as massas que
circundam os estádios são, em geral, equivalentes.

A imposição ditatorial da quota dos 10% ou 5%, obra da
promotoria, propicia um ambiente de caça aos visitantes.

Foi o que se viu no Morumbi. Bastava o sujeito não estar
vestindo o uniforme do time da casa para ser "denunciado".

Ao grito de "galinha preta", surgiam os covardes trogloditas
para hostilizar os torcedores adversários.

A idéia "luminosa" do Sr. Paulo Castilho apenas fortalece a
idéia de que o torcedor mandante tudo pode, inclusive
recorrer à violência contra os oponentes.

Mas nada se pode esperar de quem vê crime no gesto de
Cristian e se cala diante das malcriações de Marcelo
Teixeira.

Domingo de festa no salão!

Fiel aguardando para entrar no estádio: liberação ocorreu apenas aos 25 min. do primeiro tempo

Chegamos ao Panetone 40 minutos antes do início do jogo. No nosso ingresso, apenas uma sinalização de informação "Portão Visitante VIP > Setor VIP > S8". S8 esse que ninguém sabe o que significa, todo mundo desconhece. Nenhuma sinalização por qual portão deveríamos entrar. Ninguém do Panetone sabia informar (e me atrevo a dizer que foi má vontade e sacanagem mesmo). Nem mesmo um funcionário da FPF soube nos dar informações. Funcionário este que chegou a invalidar nossa entrada perguntando onde havíamos comprado o ingresso e afirmando que o mesmo faltava um pedaço. Depois de muito caminhar, encontramos nosso portão de entrada. A Fiel já estava toda lá, mas do lado de fora. Questionamos a PM sobre o motivo de ainda não terem liberado nossa entrada. A resposta que recebemos: "O estádio está muito cheio" (!!).

Conseguimos adentrar ao estádio apenas na metade do primeiro tempo. Vergonha e desrespeito. E o desrespeito maior (e criminoso!) veio da torcida adversária. Ouvimos de alguns torcedores palavras como "macaco" e gestos apontando o indicador para o braço, fazendo menção a alguns torcedores negros que estavam ali assistindo conosco o Todo Poderoso em campo. Ignorância e estupidez escrota.

No entanto, a comemoração foi toda alvinegra. Presenciamos um adversário humilhado dentro de campo e a alegria da fiel torcida no nosso eterno salão de festas. Aqui não, freguesada. Aqui é Corinthians.

A vitória de hoje foi indiretamente um cala a boca geral. Um cala a boca à imprensa rosa e seus jornalistas tendenciosos, a ignorância da torcida adversária e sem identidade, aos srs. Juvenal Jumento e toda sua corja, aos promotores e responsáveis pelo inquérito desnecessário ao nosso querido Cristian e a prepotência (como sempre) do Muricy e seu senso de mãe Dinah. Este último aliás, não errou tanto assim em sua previsão. O SPFC e o Palmeiras realmente disputariam algo juntos: O TERCEIRO LUGAR.

sábado, 18 de abril de 2009

Revelações Pertinentes Sobre o Lado Trevoso da Força

***
Os fatos da semana após o canhonaço de Cristian, mostraram
quão articulado é o clube do Jardim Leonor.

Em pouco tempo, a mídia cevada a biscoitinho e mimos de
cassino criminalizou o gol do volante.

Em seguida, iniciou campanha para levar à guilhotina o astro
Ronaldo. Agora, mesmo antes de entrar em campo, marcado
para receber o cartão vermelho.

Também Paulo Castilho, que nada viu e nada ouviu das
arruaças do cartola Marcelo Teixeira, preferiu seguir a velha
cartilha e descer o braço da lei sobre o moço mestiço.

E, para completar, aparece o Doutor Delegado para, diante
dos holofotes, colecionar provas que condenem o rapaz. Isso
como se o crime comum tivesse sido erradicado de Perdizes,
o paraíso dos ladrões de automóvel.

Origens

Mas de onde vem tanto poder?

O SPFC é descendente direto de outras agremiações da elite
quatrocentona paulista. Especialmente do Paulistano, fundado
em 1.900 por moços endinheirados que frequentavam "matches"
no conservador Colégio Mackenzie.

Em 1.913, o clube deixou a Liga Paulista, escandalizado com a
popularização do futebol, especialmente com a ascensão de
clubes como o Corinthians "dos carroceiros" e o Ypiranga.

Afinal, acreditavam que a fina flor da sociedade não podia
roçar suas peles alvas com imigrantes "suados" e mestiços do
"populacho".

João Saldanha, técnico e um grande historiador do futebol
brasileiro fala sobre o racismo e o fim do futebol em times
profissionais, como ocorreu com o Paulistano em 1.929.

Em São Paulo o Palmeiras resistia. O [b]Paulistano[/b], clube
do jardim paulista preferiu fechar sua seção de futebol a ter
de aceitar preto em seu time. No Rio Grande Do Sul, o Grêmio
Porto-Alegrense também era intransigente.


(SALDANHA, 1999, p.156).

Já no ano seguinte os "bons moços" paulistas, no entanto,
fundam o São Paulo (conhecido como o "da Floresta"). A cor
vermelha herdou do Paulistano; a preta, da A.A. das Palmeiras
(sem relação com o atual Palmeiras).

Sempre acima da lei

Por conta de má gestão e acúmulo de dívidas, o clube teve de
fechar as portas anos depois. Retornou em 1.935.

Vale lembrar o que ocorreu no primeiro jogo oficial do SPFC.

A partida estava marcada para o dia 25 de Janeiro, aniversário
da cidade. Por contas dos desfiles e outras comemorações, a
Secretaria da Educação cancelou todas as atividades do futebol,
decisão acatada por todos os clubes.

O SPFC, entretanto, sempre acima da lei, discordou. O tenente
Porfírio da Paz, um dos fundadores do clube, pegou um táxi e
foi até a Avenida Paulista, onde ocorriam as festividades. Com
a arrogância que lhe era comum, subiu ao palanque e exigiu do
secretário Cantídio Sampaio a liberação do jogo. Assustado,
o secretário rendeu-se e trêmulo assinou a ordem, numa folha
de receituário médico.


Por ter torcida mínima, o SPFC passou por inúmeras dificuldades
financeiras. Não tinha onde treinar e onde concentrar os atletas.
Chegou a ser salvo da falência por corinthianos e palmeirenses,
no famoso “jogo das barricas”.

Aproveitou-se da Segunda Guerra para “comprar” o Canindé da
comunidade alemã. Tentou tomar à força o Parque Antarctica do
Palestra, mas fracassou.

Então, endividado e sem torcida, o SPFC decidiu construir o
maior estádio particular do mundo.

O empreendimento ficou a cargo de Laudo Natel, moço ligado a
bancos e com trânsito nas altas esferas da elite econômica
paulista.

Depois de muita pressão sobre o prefeito Fábio Prado e de
gestões junto ao governador Adhemar de Barros, o “rouba mas
faz”, o SPFC conseguiu seu terreno na Zona Sul, onde ficaria
distante da “pobraiada” do resto da cidade, numa gleba destinada
aos ricos da cidade. Eram originalmente 99 mil metros quadrados.

Aos sampaulinos renitentes, vale lembrar o que disse Laudo Natel,
em depoimentos presentes até na virtualidade tricolor, como o
SPNET.

Nós vendemos o Canindé, mas o dinheiro só serviu para pagar as
dívidas do São Paulo.


Quanto à obtenção, está claro que a maior parte do terreno no
Jardim Leonor, homenagem à mulher de Adhemar, foi obtida a
custo zero.

Disse Natel, anos depois:

Foi um presente que o São Paulo recebeu de toda a coletividade.
Aliás, de toda a coletividade esportiva de São Paulo.


Vale lembrar que a Imobiliária Aricanduva era de propriedade
(80%) do próprio Adhemar de Barros. Ele arrendara a gleba com
empréstimo claramente ilícito, escândalo noticiado e depois
abafado pela imprensa da época.

O estádio valorizou a área do entorno. É a famosa prática da
irregularidade casada, em que o povo financia os negócios
privados de um político e sua gangue de apaniguados




Clique na imagem para ver o documento ampliado

Cuspindo na cara do povo

Também cabe lembrar que o SPFC ignorou solenemente, até
hoje, as obrigações da contrapartida, firmadas em contrato.

Não construiu o parque infantil em um quarto da área cedida
e nem o estacionamento de 25 mi m2. De alguma forma, todos
sabem disso, menos a imprensa paulista.

Na década de 60, Laudo Natel virou governador do Estado,
por ordem dos ditadores que usurparam o poder no Brasil.

Dono de amplos poderes, sentava-se no banco de reservas do time.

Em 1.970, seu time perdia a decisão contra a Ponte Preta. No
intervalo,Natel desceu de helicóptero no gramado e foi ao vestiário
dos árbitros. Assim acabou o jejum de 13 anos, num dos episódios
mais vergonhosos da história do futebol brasileiro.

Logicamente, a lista de fatos semelhantes é enorme e exigiria a
publicação de um livro.

No entanto, vale saber que Juvenal Juvêncio, atual presidente do
SPFC, foi dirigente da Cecap no governo de Laudo Natel.
Advogado, foi deputado estadual e investigador de polícia.

Como seu mentor, sabe o caminho das pedras quando o clube
necessita agir nos bastidores. É o que tem feito esta semana,
mobilizando autoridades públicas e imprensaleiros.

A dúvida é: como reagirá o pessoal do lado luminoso da
força?

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Carta Educada ao Delegado das Perdizes


Prezado Dr. Barbosa,

Estudando o rumoroso caso Cristian, o novo "malfeitor" das
Perdizes e adjacências, lembramo-nos do primeiro samba
gravado, lá no longínquo 1.917.

"Pelo Telefone", de Donga, com letra de Didi da Gracinda e
Mauro de Almeida, faz uma inteligente crítica a um colega
seu do Rio de Janeiro. Cantam os sambistas:


“O Chefe da Polícia
Pelo telefone
Manda-me avisar
Que na Carioca
Tem uma roleta
Para se jogar”.


Para quem não sabe, o samba lança referência a um episódio
de 1.913, quando jornalistas de "A Noite" instalaram uma
roleta no Largo da Carioca, e assim demonstraram que o
chefe local da polícia fazia vista grossa à jogatina.

O samba deu pano pra manga e a letra inicial foi até
mudada para "O Chefe da Folia", para que os artistas não
mais sofressem perseguições dos homens da lei.

Passadas nove décadas, os brasileiros imaginavam que o
bom senso pudesse regular as atitudes da autoridade
pública. Ainda mais quando tratamos de Perdizes, bairro
tão calejado por arbitrariedades da turma fardada.

Em Setembro de 1977, por exemplo, pouco antes do
Corinthians encerrar seu jejum de 22 anos, a PUC-SP,
sua vizinha, foi invadida pelos policiais capitaneados pelo
Coronel Erasmo Dias.

Apenas por discutir os rumos do país, num pacífico
encontro estudantil, 700 brasileiros foram presos, 32
enquadrados na LSN, dezenas foram espancados e quatro
moças foram severa e covardemente queimadas pelas bombas
de fósforo branco.

Isso tudo aí do seu lado, na rua Monte Alegre.

Em 1.986, já depois do pesadelo da Ditadura Militar a
polícia invadiu novamente a PUC-SP, desta vez para impedir
que os estudantes assistissem a um filme, sim, a um filme, o
polêmico Je vou Salue, Marie. Mais pancadaria...

Também foi aí, na sua vizinhança, que as forças do atraso
atearam fogo duas vezes ao TUCA, teatro marco da
redemocratização do país. E os homens da lei jamais
encarceraram esses meliantes.

***
Agora, muito recentemente, no mesmo estádio Paulo
Machado de Carvalho, o Sr. Marcelo Teixeira e seus
“assessores” protagonizaram inúmeros atos de vandalismo,
testemunhados e gravados por inúmeros telespectadores.

Teixeira atirou objetos contra a torcida adversária, como
uma lata de Coca-Cola (cheia), xingou os torcedores e, com
ajuda de um meio-irmão, tentou quebrar o vidro da tribuna.

Sr. Barbosa, pasme, mas minutos antes, abaixo do tal
vidro, encontrava-se o piloto Rubinho Barrichello, com o filho
pequeno.

Deus, que é pai, tirou o corredor de lá a tempo. E mais, sabe-se
lá como, impediu que o tal vidro tombasse em cacos
sobre as famílias que se encontravam nas numeradas.

Obviamente, a massa presenciou os fatos, e isso certamente
contribuiu para acender a ira dos derrotados santistas.

Infelizmente, no entanto, nenhuma autoridade do 23. DP
se pôs a investigar as traquinagens do dirigente santista.

Então, perguntamos: se todos são iguais perante a lei, será
que alguns são mais iguais que outros?

Ou será que é porque Marcelo Teixeira é de família nobre,
cartola e branco?

Pois, ao contrário, o agora “enquadrado” Cristian é de família
humilde, jogador de futebol do time do povo e mestiço...

Então, Sr. Delegado, qual a medida da justiça?

Perdizes-Pacaembu é, sabe-se lá por quais energias, área
de inúmeras ocorrências injustas que envergonham os brasileiros.

E mais, ainda sofre com os bandidos comuns, esses que
roubam carros, invadem residências e assassinam pais de
família.

Então, o que explica tanta energia e dinheiro público gasto num
rigor que só faz bem aos holofotes da mídia?

Nosso garoto bom de bola, no calor da luta, foi apenas malcriado.
Que sua mãe lhe passe o pito.

As autoridades que cuidem da Segurança Pública e, assim,
escapem do escárnio de mais um samba.

Com respeito e admiração,

Giulio Calábria

quinta-feira, 16 de abril de 2009

A minha tarde remota



"Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo."

(Gabriel García Márquez, Cem Anos de Solidão)


Eu não conheci o gelo. Se há alguém nessa parte do mundo que não o fez, somos nós. Como você, eu conheci o Corinthians. E diante do gelo sempre hei de recordar aquela tarde remota em que meu pai me levou para conhecer o Corinthians.

Como convém, não me recordo quando foi. Recordo-me de muito pouco, na verdade, mas hei de recordar a cada solidão que ali eu conheci um bom pedaço da minha própria alma.

Recordo-me que foi no Canindé. Eram como fantasmas em branco e preto, que já me haviam feito chorar na frente de aparelhos de TV, e que agora estavam ali, à minha frente, à frente de outra entidade que eu duvido com todas as minhas forças que exista igual no mundo. E eu era, ali, sem saber, parte daquilo que há de mais vivo e transcendente no povo que não tem uma segunda oportunidade sobre a Terra.

Cristian - Carta Aberta ao Herói da Páscoa‏


Caro Cristian,

Quem te escreve daqui é um torcedor comum. Posso dizerque minha segunda-feira está iluminada, mesmo com as nuvens cinzentas que cobrem o nosso Tatuapé. E não sou o único a dizer. Esse sorriso que vi no espelho pela manhã vi também no carinha do posto de gasolina, no chapeiro da padaria, no dono da banca de jornal, no meu sobrinho doutor, no arquiteto famoso e no catador de papelão.

Eita, Cristian, não sabes o que tem de corinthiano nestemundão! E fizeste feliz a Páscoa de 25 milhões. Mandaste lá, no último minuto, um ovo-bala, veloz e implacável, contra ameta dos arrogantes, dos falsos bons moços. Se Páscoa é redenção, foi aquele, no derradeiro minuto, o símbolo de renascimento de uma Nação...

Havia tempos, não víamos Corinthians assim guerreiro, sadiamente maloqueiro, sofredor e vencedor.
Cristian, amigo, sabes que teu nome quer dizer "cristão"? Ora, e que nobre virtude é tua coragem. Coragem de Jorge, meu irmão, valentia dos que jamais baixam a cabeça diante dos poderosos, dos que defendem antes a causa do povo, dos que elevam armas em defesa da boa causa e da boa tradição. Teu chute, Cristian, foi lança guerreira e redentora de uma nação que nunca,jamais, perde a fé.

Os inimigos hipócritas falam lá do teu gesto, legítimo, e digo que foi resposta justa a todas as provocações e injúrias que sofremos do clube da elite quatrocentona e dos barões da mídia. Teu gesto é mais um escudo, fechado contra o peito, resistência do homem meio negro, meio branco, mestiço como o nosso próprio Corinthians.Teu gesto, Cristian, não tem a gravidade das entradas violentas em campo, nem a gravidade da compra de juízes, nem a gravidade do aluguel de jornalistas, nem a gravidadeda apropriação indébita do dinheiro público para seconstruir um estádio. Teu gesto sincero é nosso também e nos representaste com altivez e galhardia. E se algum cínico te interrogar, amigo, diga: "eram as orelhas do coelhinho da Páscoa".

Por Giulio Calábria
Data: 13/04/2009

Imprensaleiros de Batom e Calcinha


Por conta da excelente vitória de Domingo, estamos pouco atentos à campanha escancarada da imprensa pink para prejudicar nosso Corinthians nos jogos decisivos.

Para quem ainda tem dúvidas, basta passar os olhos sobre o blog do jornalista Cosme Rímoli, que esta semana parece ter passado batom e vestido calcinha rendada para defender com unhas e dentes o clube dos mandarins do Jardim Leonor.

A Internet virou um cartaz de propaganda anti-corinthiana.

Vejam lá:

1) Uma das postagens tem como ilustração um garoto com cartão vermelho. O jornalista maquiado, então, rebola em longas linhas para lamentar a não expulsão de Ronaldo no domingo. E, pior, o texto é quase uma ameaça. Prega e anuncia que o atacante será eliminado ao menor deslize na próxima partida.

2) As duas matérias seguintes são de lamentos pelo"ídolo" Rogério Ceni.

3) Na sequência, vem um texto incitando à punição de Cristian. Rímoli escreve como se fosse a secretária de imprensa do SPFC.

"A escalação do Sálvio Spinolla para o jogo foi um recado da FPF para nós. Ele foi o juiz que teve a coragem de anular o gol do Adriano contra o mesmo Corinthians em 2008. Mas não nos submeteremos à força da FPF", disse o diretor de futebol, João Paulo Jesus Lopes.

4) Em seguida, dois textos críticos às organizadas, um deles de reprovação à Gaviões da Fiel.

Depois, as pessoas ainda perguntam de que servem convites para shows, tickets de viagem, jantares e outras colaborações em espécie que recebem os imprensaleiros rosas. Não é só para comprarem batons e calcinhas.