segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Uma Lição: Carta a Um Jovem Corinthiano


Querido jovem torcedor,

Tenho exatos 81 anos e nasci no Bom Retiro, pouco antes que
minha família se mudasse para a região do Tatuapé.

Nasci no ano da inauguração do Parque S. Jorge e
orgulhosamente Campeão Paulista.

Sou corinthiano desde que sou gente. E não lembro de um dia
sequer em que não tenha pensado no nosso Timão.

Fiz muitas coisas na vida, como nadar no Tietê e ajudar a
construir Brasília, trabalhando como eletricista.

Lá, eu fiz muitos amigo candangos. Ele me conheciam como o
"corinthiano", porque eu costumava andar pelo Planalto
Central com uma camisa branca, com nosso distintivo bordado
sobre o coração.

Convivo sem problemas com um problema na perna esquerda,
resultado da época em que não tinha vacinas neste país.

Mas não foi isso que me impediu de chutar a bunda de um
palmeirense que cuspiu numa bandeira minha, em 1.960,
época do nosso jejum.

Eu tenho visto que a nossa torcida mudou.

Nosso time sempre foi o time do povo, como diziam os amigos
do meu pai, no "Bonrá", o apelido do bairro.

Hoje, vemos um diretor falar que tudo virou business e
ficamos todos quietos, dando razão a esse absurdo.

Na minha época de jovem, o jogador era escolhido por um
olheiro, e devia responsabilidade somente ao clube.

Hoje, eles preferem dar dinheiro aos tais empresários e a
nossa torcida acha que está certo, se conforma.

A torcida do Corinthians não foi assim nunca. Ela sempre
apoiou, mas sempre protestou. Pois quem apóia, paga e
derrama lágrimas, tem sim o direito de expor sua opinião.

Pelo que vejo hoje, dizem que as pessoas mobilizadas
não são corinthianos. O vídeo mostrado por meu
sobrinho-neto, falava em "modinhas" e "cornetas",
palavras que eu não conhecia.

Então, ele me explicou.

Segundo ele, os jovens usam esses nomes para criticar
aqueles que condenam as negociatas e exigem um Corinthians
vencedor.

Por essa regra, os torcedores participativos, que se
sentem responsáveis pelo Timão, são considerados
"sampaulinos".

Eu vi a torcida do Corinthians muitas vezes furiosa.

Havia quem pedisse dinheiro emprestado da sogra para tentar
assistir a um Corinthians x Palmeiras.

Mas o rapaz ficava fulo da vida se o time não correspondia.

Meu pai encrencou com meia cidade em 1.933, quando o
cartola da época vendeu meio time para fazer dinheiro.

Aí, fomos enfrentar o palestra e tomamos de 0 x 8.

A torcida nossa fez uma loucura e chegou a botar fogo na sede.

Eu não acho a violência o modo correto de protestar. E nem
acho que jogar cadeira no diretor é coisa de gente com cabeça
no lugar.

Mas eu entendo como essas coisas são no espírito do
Fiel, principalmente dos mais simples, que têm o Corinthians
com uma das únicas alegrias da vida.

Eu já não era novinho na época da Ditadura, mas ainda ia aos
jogos e vi a Gaviões da Fiel protestar contra os bandidos do
clube e vi também essa turma pedir Anistia e Diretas-Já.

Em 1.984, havia muitas bandeiras nossas nos comícios da
Sé e do Anhangabaú.

Meu pensamento pode estar meio desordenado, mas eu quero
dizer que a gente sempre tem que assumir o comando das
coisas. Se a gente gosta mesmo, tem que apoiar e cobrar.

O que aconteceu com as vendas desses jogadores foi um
exemplo de que eles querem é fazer lucro rápido e não pensam
em você, jovem torcedor.

Hoje, o business é tudo. Mas isso não está certo. Eles não
respeitam os contratinhos e deixam os empresários tomar
conta do que é seu.

Foi por isso que entregamos o sonho da tal coroa tripla.

Agora de noite, vi nosso técnico dizendo que não dá mais, que
não temos mais chances. E isso antes de acabar o primeiro
turno, hein...

Pra mim, isso é triste, pois nunca vi o Corinthians se render.

Jovem torcedor, lute pela nossa tradição. Não tenha medo de
erguer a voz, pois esse clube nós fizemos para você. Cuide
dele com carinho e respeite sua tradição.

Não deixe este diamante se quebrar.


Rubens Calábria, Vila Matilde, SP, Capital, Brasil.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Manifesto – O Gravíssimo Caso Gobbi e a Fiel Torcida


“Idiotas”, “hipócritas”, “incultos”, “ignorantes”, “burros”, “vagabundos” e “bandidos”. Esses são apenas alguns adjetivos que vêm sendo cotidianamente usados pelo Sr. Mário Gobbi para se referir aos torcedores do Corinthians.

Alguns termos mais fortes têm sido utilizados nas conversas privadas do “dirigente” com seus amigos na polícia, na imprensa e na diretoria do clube.

O MR777 condena veemente qualquer forma de violência e lamenta que o referido cartola tenha sido alvejado por uma cadeira. O Corinthians é uma família e seus membros devem ter uma atitude civilizada, mesmo na divergência.

No entanto, é certo que um “dirigente”, homem público, deve ter bom senso e respeito por aqueles que sustentam o SCCP. Como dissemos, o clube existe por aqueles que abdicam do almoço para compor a massa apaixonada nos estádios, faça chuva ou sol.

No episódio do PSJ, o Sr. Gobbi mostrou novamente falta de equilíbrio emocional ao furtar-se ao debate e preferir o recurso à ofensa rasteira.

O SCCP montou belo time pelas mãos do Sr. Antônio Carlos Zago.

Para o Sr. Gobbi, no entanto, o intuito desse trabalho era apenas gerar “business”, que ele julga o propósito final do futebol.

E, assim, em busca de lucro rápido, comandou o desmanche sem critério do time, entregando os craques precipitadamente, por qualquer lance, numa vergonhosa feira que tinha como principal beneficiário o atravessador Carlo$ Leite.

Seguindo essa filosofia, Gobbi também tem se desdobrado para majorar o preço dos ingressos e afastar os estratos sociais menos favorecidos dos estádios.

E qual o resultado dessa gestão amadora?

Nosso time, antes favorito ao título, já dá sinais de claro enfraquecimento no Campeonato Brasileiro, distanciando-se do líder. E o consumidor do “business” de Gobbi já falta aos estádios. Menos de 14 mil pagantes neste Domingo, no tedioso empate diante do Avaí.

Há uma semana, solicitamos gentilmente ao Sr. Gobbi sua demissão imediata. Por capricho e vaidade, porém, este cidadão insiste em permanecer no cargo, dividindo os corinthianos, tumultuando a vida do clube.

Exigimos, portanto, do Sr. Andrés Sanchez que faça valer sua autoridade e afaste de vez este executivo que tanto tem contribuído para manchar a imagem de nossa agremiação.

Se ele próprio admitiu que “não sabe nada de futebol”, como mantê-lo na direção deste departamento?

Considerando a situação caótica do Detran, é certo que este funcionário público será mais útil à coletividade dedicando-se mais à sua atividade original, sustentada pelo contribuinte.

Assinado: Movimento Resistência 777 e milhões de fiéis que desejam o bem do Corinthians.